Jorginho não entrava no Canindé desde 1990, quando deixou a Portuguesa, clube que o revelou como jogador e que defendeu por nove anos, para atuar no Palmeiras. Voltou, nesta segunda-feira, para ser apresentado como o técnico, sem nenhum contrato assinado. Os maiores objetivos do novo técnico serão levar o time às fases decisivas do Paulistão e da Copa do Brasil e ao acesso na Série B do Brasileiro.
O ex-meia frisou, em todas as suas declarações, a sua sinceridade e foi às lágrimas ao falar de sua família. O treinador, que chegou rotulado como possível Alex Fergunson por dirigentes da Portuguesa, explicou que se inspirou em Telê Santana, que o comandou como atleta, para acreditar na palavra do vice-presidente de futebol Luiz Iaúca e do presidente Manuel da Lupa.
"Não quis tempo de contrato porque são com pessoas que conheço. O Seu Luiz é uma pessoa que a palavra dele para mim basta. Conheci o presidente agora, mas, se ele está do lado do Seu Luiz, a palavra dele para mim também basta", assegurou. "Tive um treinador que nunca trabalhou com contrato, chamado Telê Santana, e nunca teve problema. Se a empresa é idônea, você não vai ter problema. Se o profissional é idôneo, não tem problema", argumentou.
Também inspirado no falecido ex-técnico de seleção brasileira, Palmeiras, São Paulo, Atlético-MG, Fluminense, entre outros, famoso por ter um comando rigoroso sobre o elenco, Jorginho recusou o rótulo de "parceiro dos atletas", como ficaram marcados Oswaldo Alvarez, Vagner Benazzi e Sérgio Guedes, treinadores que o antecederam no clube.
"Tudo tem a mão de ida e a mão de volta. Se você trata bem, é bem tratado. Se não, é mal tratado. O atleta gosta que digam a verdade. Se eu não puder contê-lo, saio eu e fica ele, e o futuro dirá quem fez melhor. Não tem parceiro. Minha esposa não é parceira, é esposa. Meu filho não é meu parceiro, é filho e amigo. E quem quiser ser meu amigo, será. Se não quiser...", definiu ele.
Com um sorriso contido, o treinador de 45 anos, com passagens por União Mogi e Nacional, de São Paulo, Ponte Preta e Goiás e trabalhos como interino, auxiliar e coordenador das categorias de base do Palmeiras, acabou se gabando por ver a sala de imprensa do Canindé cheia na manhã desta segunda-feira.
"Talvez outra pessoa não trouxesse esse monte de gente. E não é porque sou bonito. É porque o pouquinho de espaço de trabalho que tive foi muito bem feito e porque falo a verdade. Sou assim, não mando recado. Muitas vezes magoo, mas prefiro a pessoa magoada que olhe no meu rosto dizendo a verdade do que uma que mente e fale nas minhas costas", filosofou, reafirmando que volta para casa.
"Não teria data no meu contrato. Vai durar até o dia que a Portuguesa achar que está legal e eu achar que está sendo do meu jeito. Se hoje mesmo eu achar que não está, pela mesma porta que entrei eu saio", sentenciou Jorginho, que chegou com a promesse de Luiz Iaúca de que pode repetir Alex Ferguson, à frente do Manchester United desde 1986. "O Seu Luiz (Iaúca) é um paizão. Mas já avisei que o afilhado dele ficou nos almoços."
Fonte: http://espn.estadao.com.br/portuguesa/noticia/177064_JORGINHO+SE+APRESENTA+A+PORTUGUESA+COM+CHORO+E+COMPARACAO+A+TELE+SANTANA
Apoio:
0 comentários:
Postar um comentário